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Quando il disegno della mia vita sarà completo, vedrò, o altri vedranno una cicogna? - K. BLIXEN
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Cat.n. 171

Sophia de Mello Breyner Andresen

Corpo a corpo e altre poesie. Traduzione, postfazione e cura di Simonetta Masin.

ISBN 88-7588-053-0, 2011, pp. 242, formato 140x210 mm., Euro 20.

In copertina: Prassitele, Testa di Afrodite di Cnido.

indice - presentazione - autore - sintesi

20,00

Postfazione

di Simonetta Masin

 

 

 

La poesia di Sophia de Mello Breyner Andresen si distingue per la forza, la presenza e l’energia di una scrittura che si fa testimonianza, ricordo, memoria di una esperienza di vita e della realtà, che lei andava via via scoprendo e consolidando oggettivamente nel suo sguardo al mondo reale. E il mondo reale è l’elemento fondante della poesia di Sophia de Mello B. A.; da tale mondo essa prende avvio, in esso si forma e si evolve mediante una ricerca attenta e un rigore continuo:

 

 

«A obra de arte faz parte do real e é destino, realização, salvação e vida. Sempre a poesia foi para mim uma perseguição do real. [...] E se a minha poesia, tendo partido do ar, do mar e da luz, evoluiu, evoluiu sempre dentro dessa busca atenta. Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito de verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem. [...] Aquele que vê o fenómeno quer ver todo o fenómeno. É apenas uma questão de atenção, de sequência e de rigor».1

 

Il suo progetto letterario è fondamentalmente rivolto a riscattare l’essere umano dalla sua condizione di assenza di pienezza del vivere e ad affermare la sua dignità di uomo, perseguito mediante una ricerca di identità e una severa riflessione su questa identità, che viene esplorata in tutte le sue componenti, comprese quelle più degeneri e assurde. Ed è un percorso per una poesia che, secondo quanto afferma la poeta, rappresenta «a minha explicação com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no real, o meu encontro com as vozes e as imagens. Por isso o poema fala não de uma vida ideal mas sim de uma vida concreta[...]».2

Essendo legata indissolubilmente alla realtà ed essendo il tramite tra il sé e l’universo, la poesia non può non essere se non «uma moral»3, in nome della quale la poeta cerca la giustizia, che è «desde sempre uma coordenada fundamental de toda a obra poética», e, come nel teatro greco, «o tema da justiça é a própria respiração das palavras».4 Ha inizio così un’operazione di scavo incessante nella parola alla ricerca dell’essenziale, perché la parola deve riemergere “pulita”, “limpida”, priva di ogni inutile maschera o artificio. Perché alla parola spetta il duro compito di denunciare il tempo presente, un tempo di crisi e di allontanamento spirituale in cui imperano falsità, cecità, assenza di pienezza del vivere e di rinuncia dell’essere uomo.

Rigore, giustizia, verità sono dunque elementi determinanti della poe-sia di Sophia de Mello B. A., che pone al centro della sua ricerca l’ordine e l’equilibrio dell’universo. In altre parole, la ricerca di una coscienza unificata e unificante di lotta dell’essere umano nelle sue relazioni con la natura e con gli uomini:

 

Não se perdeu nenhuma coisa em mim.

Continuam as noites e os poentes

Que escorreram na casa e no jardim,

Continuam as vozes diferentes

Que intactas no meu ser estão suspensas.

Trago o terror e trago a claridade,

E através de todas as presenças

Caminho para a única unidade.5

 

In questo senso, il cammino di Sophia de Mello B. A. è un cammino verso una poesia in cui urge la necessità di ricomporre l’irrinunciabile unione tra universo mitico e universo reale, così da ristabilire l’originaria alleanza dell’uomo con la natura, luogo primordiale dove l’io poetico si incontra nella sua nudità e bellezza originaria:

 

Olho para a ânfora na pequena loja dos barros. Aqui paira uma doce penumbra. Lá fora está o sol. A ânfora estabelece uma aliança entre mim e o sol.

Olho para a ânfora igual a todas as outras ânforas, a ânfora inumeravelemente repetida mas que nenhuma repetição pode aviltar porque nela existe um princípio incorruptível.

Porém, lá fora na rua, sob o peso do mesmo sol, outras coisas me são oferecidas. Coisas diferentes. Não têm nada de comum nem comigo nem com o sol. Vêm de um mundo onde a aliança foi quebrada. Mundo que não está religado nem ao sol nem à lua, nem a Ísis, nem a Deméter, nem aos astros nem ao eterno. Mundo que pode ser um habitat mas não é um reino.

O reino agora é só aquele que cada um por si mesmo encontra e conquista, aliança que cada um tece.

Este reino é o que buscamos nas praias de mar verde, no azul suspenso da noite, na pureza da cal, na pequena pedra polida, no perfume do orégão. Semelhante ao corpo de Orfeu dilacerado pelas fúrias este reino está dividido. Nós procuramos reuni-lo, procuramos a sua unidade, vamos de coisa em coisa.6

 

 

Si tratta di riconquistare il «jardim perdido»7, luogo in cui è possibile l’interezza e la libertà vera dell’essere umano:

 

Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.8

 

E ancora, esso si fa luogo del “limpo”, “límpido”, “intacto”, “puro”9, a cui poesia dopo poesia il lettore è rinviato. Il «jardim perdido» è l’alternativa allo spazio urbano, inteso come spazio informe, dissacralizzato, terreno di conflitti e di scontri, di negatività e di degrado del vivere quotidiano:

 

Jardim em flor, jardim de impossessão,

Transbordante de imagens mas informe,

Em ti se dissolveu o mundo enorme,

Carregado de amor e solidão.

 

A verdura das árvores ardia,

O vermelho das rosas transbordava,

Alucinado cada ser subia

Num tumulto em que tudo germinava.

 

A luz trazia em si a agitação

De paraísos, deuses e de infernos,

 

E os instantes em ti eram eternos

De possibilidades e suspensão.

 

Mas cada gesto em ti se quebrou, denso

Dum gesto mais profundo em si contido,

Pois trazias em ti sempre suspenso

Outro jardim possível e perdido.10

 

Contravvenendo alla sua natura di corpo e di spirito, l’essere umano si è dunque allontanato dalla sua unità essenziale e da ciò che è eterno; ha rinunciato a se stesso ed è diventato un non-essere, «um não-ser»:

 

Este é o tempo

Da selva mais obscura

 

Até o ar azul se tornou grades

E a luz do sol se tornou impura

 

Esta é a noite

Densa de chacais

Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.11

 

Questa condizione di rinuncia al sé ha portato l’uomo a entrare nell’oscurità, «nas trevas»12, del tempo attuale, tempo diviso, «tempo dividido»13, ovvero del tempo associato alla vita urbana:

 

Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,

Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,

Saber que existe o mar e as praias nuas,

Montanhas sem nome e planícies mais vastas

Que o mais vasto desejo,

E eu estou em ti fechada e apenas vejo

Os muros e as paredes, e não vejo

Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

 

Saber que tomas em ti a minha vida

E que arrastas pela sombra das paredes

A minha alma que fora prometida

Às sombras brancas e às florestas verdes.14

 

La città appare abitata da presenze forti e reiterate riconducibili a un vasto repertorio simbolico relativo al campo semantico della violenza (sudiciume, agonia, morte, alienazione, esilio, tradimento, miseria, disintegrazione e distruzione), avente lo scopo di evidenziare il processo di degradazione, di avvilimento in cui l’uomo si trova irretito. Egli vive solo in una civiltà «tão errada que/Nela o pensamento se desligou da mão//[...]».15

A questa civiltà, a queste presenze, la poeta propone la trasparenza, l’universo organizzato in grado di portare alla ricostruzione della perduta alleanza tra l’essere umano, la natura e le cose. In altre parole, ella propone la «clareza nua de um projecto»16; ovvero un’assenza come pura astrazione, come chiarezza nuda, come trasparenza perduta, ma riconquistata con ostinazione «como escrita de poema obstinado»17, in cui poter realizzare il progetto di ricomposizione dell’iniziale unità, della primigenia ideale realtà:

 

Esta foi sua impresa: reencontrar o limpo

Do dia primordial. Reencontrar a inteireza

Reencontrar o acordo livre e justo

E recomeçar cada coisa a partir do princípio

 

Em sua empresa falharam e o relato

De sua errância erros e derrotas

De seus desencontros e desencontradas lutas

É moroso e confuso

 

Porém restam

Do quebrado projecto de sua empresa em ruína

Canto e pranto clamor palavras harpas

Que de geração em geração ecoam

Em contínua memória de um projecto

Que sem cessar de novo tentaremos18

 

In questa chiarezza nuda, in questo spazio bianco, in questo non-luogo di ricomposizione dell’iniziale unità, si annullano antinomie e dissociazioni, tempo passato e tempo presente si fondono per dar luogo a un presente assoluto, ovvero al tempo indiviso, dove memoria e presagio convivono pur conservando il loro carattere essenziale. In tale chiarezza nuda sarà possibile nominare le cose, ovvero incontrare l’essenzialità del mondo reale:

 

[...] as coisas mergulhadas no sem-nome

Da sua própria ausência regressadas

Um por uma ao seu nome respondiam

Como sendo criadas.19

 

 

Poiché il progetto non nega il reale in quanto lo libera e lo solleva da tutto ciò che in esso vi è di sudicio, marcio e corrotto, l’alleanza ricostituita appare sempre vulnerabile, «Tu sabes que para nós esiste sempre/O instante em que se quebra a aliança do homem com as coisas»20, continuamente minacciata dall’incontro con l’oscurità. Se tale «alleanza con le cose» è «Aliança ameaçada», allo stesso modo anche l’azione di riunire ed edificare, che sebbene mosse da una profonda passione, appaiono così minacciate e vulnerabili che non possono se non portare a «Reino vulnerável», tanto da essere identificato come «Companheiro mortal da eternidade»21.

Nella poesia di Sophia de Mello B. A. non vi è alcuna forma di fatalismo, né di sudditanza a disastri ma esiste un rifiuto netto del «o balofo oco da degradação»22, un forte credo nella forza combattiva della verità e della giustizia come parti fondanti della poesia, poiché, come si è detto, essa è «uma moral». In altre parole la poesia, il poeta e l’artista sono chiamati a intervenire nella costruzione di una coscienza comune, che solo la «verità intera» totalmente «esposta» è capace di consegnare, perché si ritorni dal «longo exílio»23:

 

Sei que seria possível construir o mundo justo

As cidades poderiam ser claras e lavadas

Pelo canto dos espaços e das fontes

O céu o mar e a terra estão prontos

A saciar a nossa fome do terrestre

A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia

Cada dia e cada um a liberdade e o reino

— Na concha na flor no homem no fruto

Se nada adoecer a própria forma é justa

E no todo se integra como palavra em verso

Sei que seria possível construir a forma justa

De uma cidade humana que fosse

Fiel à perfeição do universo

 

Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco

E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo 24

Perché questo tempo, afferma Sophia de Mello B. A., «é o tempo duma profunda tomada de consciência. Depois de tantos séculos de pecado burguês a nossa época rejeita a herança do pecado organizado. Não aceitamos a fatalidade do mal. Como Antígona a poesia do nosso tempo diz: «Eu sou aquela que não aprendeu a ceder aos desastres.» Há um desejo de rigor e de verdade que é intrínseco à íntima estrutura do poema e que não pode aceitar uma ordem falsa.».25

Tradimento, schiavitù, ingiustizia, viltà, miseria sono parole che ricorrono frequentemente nella poesia di Sophia de Mello B. A. a sottolineare lo spirito malato della vita sociale, politica ed economica del Portogallo. La denuncia di miseria è evidente, per esempio, nella poesia Esta gente26, dove l’immagine della gente, che a dispetto dei segni ben visibili di un processo lento di violenza, mostra un doppio volto: quello della schiavitù, «Ora me lembra escravos», e quello della forza e della dignità, «ora me lembra reis»27. La violenza sopportata da questa gente, «Ignorada e pisada/Como a pedra do chão/E mais do que a pedra/Humilhada e calcada»28 scatena nella poeta il desiderio di lotta e «de combate/Contra o abutre e a cobra/O porco e o milhafre»29, ovvero contro nemici simboleggiati da animali portatori di morte, sudiciume, marcio. Dinanzi a questa visione di sporcizia, il poeta leva il suo canto, in cui valori come libertà, limpidezza, giustizia, verità si traducono in un intervento diretto a sollevare la vita del paese dallo stato di degrado e nel contempo funzionano da incentivo per coloro che manifestano il desiderio di una lotta non violenta.

Meu canto se renova

E recomeço a busca

De um país liberto

De uma vida limpa

E de um tempo justo30

 

Giustizia e verità non sono il punto d’arrivo della poesia di Sophia de Mello B. A., poiché entrambe sono parti determinanti di un processo continuo di ricerca volto a eliminare dal comportamento umano ogni forma di violenza, di menzogna e di ingiustizia, inseriti come sono in un meccanismo che nei secoli si va tramandando e alimentando.

Se dunque il punto di partenza della poesia di Sophia de Mello B. A. è l’interezza e l’integrità morale dell’essere umano, punto d’arrivo è il carattere formativo che essa consegna al lettore. Da un lato, la ricerca continua e attenta di una propria consapevolezza della realtà sociale e politica; dall’altro, il farsi strumento d’incentivo a una lotta, prima individuale e poi sociale, non violenta. Interezza dell’essere, integrità morale e piena consapevolezza del proprio essere, che sta nel mondo, sono il percorso necessario per quanti intendano vivere in armonia con le cose:

 

 

Que a arte não se torne para ti a compensação daquilo que

                                                                         [não soubeste ser

Que não seja transferência nem refúgio

Nem deixes que o poema te adie ou divida: mas que seja

A verdade do teu inteiro estar terrestre

 

Então construirás a tua casa na planície costeira

A meia distância entre montanha e mar

Construirás — como se diz — a casa térrea —

Construirás a partir do fundamento31

 

 

1 Sophia de Mello B. A., in Obra Poética I, Ed. Caminho, Lisboa, 2001, p. 7: «L’opera d’arte fa parte del reale ed è destino, realizzazione, salvezza e vita. Sempre la poesia è stata per me il perseguimento del reale. […] E se la mia poesia si è evoluta, partendo dall’aria, dal mare e dalla luce; essa si è sempre evoluta dentro questa ricerca attenta. Chi cerca una relazione giusta con la pietra, con l’albero, con il fiume, è necessariamente portato, dallo spirito di verità che lo anima, a cercare una relazione giusta con l’uomo. […] Colui che vede il fenomeno vuole vedere tutto il fenomeno. È appena una questione di attenzione, di sequenza e di rigore».

2 Sophia de Mello B. A, «Arte Poética — II», «Arte Poetica — II», in Obra Poética III, Ed. Caminho, Lisboa, 1999, p. 95: «la mia spiegazione con l’universo, la mia convivenza con le cose, la mia partecipazione al reale, il mio incontro con le voci e le immagini. Per questo la poesia parla non di una vita ideale ma sì di una vita concreta […] »

3 «una morale».

4 Sophia de Mello B. A, in Obra Poética I, ed. cit., p. 7: «da sempre una coordinata fondamentale di tutta l’opera poetica […] il tema della giustizia è la respirazione delle parole».

5 Sophia de Mello B.A., «O jardim e a casa», «Il giardino e la casa», cfr. infra, p. 31: «Non si è perduta nessuna cosa in me./Continuano le notti e i ponenti/Che fluirono nella casa e nel giardino,/Continuano le voci differenti/Che intatte nel mio essere stanno sospese./Porto il terrore e porto la chiarità,/E attraverso tutte le presenze/Cammino verso l’unica unità».

6 Sophia de Mello B.A., «Arte Poética — I»,  «Arte Poetica — I» in Obra Poética III, ed. cit. p. 94: «Guardo verso l’anfora nella piccola bottega di creta. Qui aleggia una dolce penombra. Là fuori sta il sole. L’anfora stabilisce una alleanza tra me e il sole.//Guardo verso l’anfora uguale a tutte le altre anfore, l’anfora innumerevolmente ripetuta ma che nessuna ripetizione può avvilire perché in essa esiste un principio incorruttibile.//Però, là fuori sulla strada, sotto il peso dello stesso sole, altre cose mi sono offerte. Cose differenti. Non hanno niente in comune né con me né con il sole. Vengono da un mondo dove l’alleanza fu spezzata. Mondo che non è legato né al sole né alla luna, né a Iside, né a Demetrio, né agli astri, né all’eterno. Mondo che può essere un habitat ma non è un regno.//Il regno ora è solo quello che ognuno per se stesso incontra e conquista, l’alleanza che ognuno tesse.//Questo è il regno che cerchiamo sulle spiagge di mare verde, nell’azzurro sospeso della notte, nella purezza della calce, nella piccola pietra lucida, nel profumo di origano. Simile al corpo di Orfeo dilacerato dalle furie questo regno è diviso. Noi cerchiamo di riunirlo, cerchiamo la sua unità, andiamo di cosa in cosa».

7 Sophia de Mello B.A., «Caderno I», «Quaderno I», ibidem, p. 214: «giardino perduto».

8 Sophia de Mello B.A., «Liberdade», «Libertà», cfr. infra, p. 131,: «Qui in questa spiaggia dove/Non c’è alcun vestigio di impurezza,/Qui dove ci sono solamente/Onde che cadono ininterrottamente,/Puro spazio e lucida unità,/Qui il tempo appassionatamente/Incontra la propria libertà».

9 “pulito”, “limpido”, “intatto”, “puro”.

10 Sophia de Mello B.A., «Jardim perdido», «Giardino perduto», cfr. infra, p. 33: «Giardino in fiore, giardino di impossesso,/Traboccante di immagini ma informe,/In te si è dissolto il mondo enorme,/Carico di amore e solitudine.//Il verde degli alberi ardeva,/Il rosso delle rose traboccava,/Allucinato ogni essere saliva/In un tumulto in cui tutto germinava.//La luce portava in sé l’agitazione/Di paradisi, dei e di inferni,/E gli istanti in te erano eterni/Di possibilità e sospensioni.//Ma ogni gesto in te si è spezzato, denso/Di un gesto più profondo in sé contenuto,/Poiché portavi in te sempre sospeso/Un altro giardino impossibile e perduto».

11 Sophia de Mello B.A., «Este é o tempo», «Questo è il tempo», cfr. infra,  p. 141: «Questo è il tempo/Della selva più oscura//Perfino l’aria azzurra è diventata sbarre/E la luce del sole è diventata impura//Questa è la notte/Densa di sciacalli/Pesante di amarezza//Questo è il tempo in cui gli uomini rinunciano».

12 “nelle tenebre”.

13 No tempo dividido, Nel tempo diviso, è il titolo di un libro di poesie del 1954, da cui è tratta la poesia «No tempo dividido», «Nel tempo diviso», che di seguito riportiamo: «E agora ó Deus que vos direi de mim?/Tardes inertes morrem no jardim./Esqueci-me de vós e sem memória/Caminho nos caminhos onde o tempo/Como um monstro a si próprio se devora». «E ora oh Dio che vi dirò di me?/Sere inerti muoiono nel giardino./Mi sono dimenticata di voi e senza memoria/Cammino sui cammini dove il tempo/Come un mostro se stesso divora». Cfr. infra, p. 115.

14 Sophia de Mello B.A., «Cidade», «Città», cfr. infra, p. 17: «Città, rumore e viavai senza pace delle strade,/Oh vita sporca, ostile, inutilmente spesa,/Sapere che esiste il mare e le spiagge nude,/Montagne senza nome e pianure più vaste/Del più vasto desiderio,/E io sono in te chiusa e appena vedo/I muri e le pareti, e non vedo/Né il crescere del mare, né il mutare delle lune.// Sapere che prendi in te la mia vita/E che trascini per l’ombra delle pareti/La mia anima che era stata promessa/Alle ombre bianche e alle foreste verdi».

15 Sophia de Mello B.A., «O rei de ĺtaca», «Il re di Itaca», in Obra Poética III, ed. cit., p. 209: «così sbagliata che/In essa il pensiero si è slegato dalla mano// […]».

16 Sophia de Mello B.A., «Projecto I», «Progetto I», in  Obra Poética III, ed. cit., p. 200: «chiarezza nuda di un progetto».

17 Sophia de Mello B.A., «Os erros», «Gli errori», in Obra Poética III, ed. cit., p. 213: «Come scrittura di una poesia ostinata».

18 Sophia de Mello B.A., «Projecto II», «Progetto II», in Obra Poética III, ed. cit., p. 226: «Questa fu la sua impresa: rincontrare il pulito/Del giorno primordiale. Rincontrare l’interezza/Rincontrare l’accordo libero e giusto/E ricominciare ogni cosa a partire dal principio//Nella sua impresa fallirono e il resoconto/Del suo errare errori e sconfitte/Dei suoi disincontri e disincontrate lotte/È lento e confuso//Però restano/Del fallito progetto della sua impresa in rovina/Canto e pianto clamore parole arpe/Che di generazione in generazione fanno eco/In continua memoria di un progetto/Che senza cessare di nuovo tenteremo».

19 Sophia de Mello B.A., «Mundo nomeado/ou descoberta das ilhas», «Mondo nominato/o scoperta delle isole», cfr. infra, p. 153: «[...] E le cose immerse nel senza-nome/Dalla loro assenza ritornate/Una per una al loro nome rispondevano/Come essendo create».

20 Sophia de Mello B.A., «Senhora da Rocha», «Signora della Roccia», in Obra Poética III, ed cit., p. 15: «Tu sai che per noi esiste sempre/L’istante in cui si spezza l’alleanza dell’uomo con le cose».

21 Sophia de Mello B.A., «Arte Poética — I », «Arte Poetica — I», in Obra Poética III, ed. cit., p. 94: «Allenaza minacciata. […] Regno vulnerabile. «Compagno mortale dell’eternità».

22 Sophia de Mello B.A., «Lagos I», «Lagos I», cfr. infra, p. 191: «gonfio vuoto della degradazione».

23 Sophia de Mello B.A., «Nesta hora», «In questa ora», cfr. infra, p. 195: «lungo esilio».

24 Sophia de Mello B.A., «A forma justa», «La forma giusta», cfr. infra, p. 205: «So che sarebbe possibile costruire il mondo giusto/Le città potrebbero essere chiare e lavate/Dal canto degli spazi e delle fonti/Il cielo il mare e la terra sono pronti/A saziare la nostra fame di terrestre/La terra dove stiamo — se nessuno la tradisse —  proporrebbe/Ogni giorno a ognuno la libertà e il regno/— Nella conchiglia nel fiore nell’uomo e nel frutto/Se niente si ammala la sua forma è giusta/E nel tutto si integra come parola in verso/So che sarebbe possibile costruire la forma giusta/Di una città umana che fosse/Fedele alla perfezione dell’universo//Per questo ricomincio senza cessare a partire dalla pagina in bianco/E questo è il mio ufficio di poeta per la ricostruzione del mondo».

25 Sophia de Mello B.A., Obra Poética I, ed. cit., p. 7: «è il tempo di una profonda presa di coscienza. Dopo tanti secoli di peccato borghese la nostra epoca rigetta l’eredità del peccato organizzato. Non accettiamo la fatalità del male. Come Antigone la poesia del nostro tempo dice: «Io sono quella che non ha imparato a cedere ai disastri.» C’è un desiderio di rigore e di verità che è intrinseco all’intima struttura della poesia e che non può accettare un ordine falso».

26 «Questa gente»

27 Sophia de Mello B.A., «Esta gente», «Questa gente», cfr. infra, p. 157: «Ora mi ricorda schiavi/Ora mi ricorda re».

28 Ibidem, p. 157: «Ignorata e calpestata/Come la pietra del suolo/E più della pietra/Umiliata e calcata//».

29 Ibidem, p. 157: «di combattimento/Contro l’avvoltoio e il cobra/Il porco e il nibbio//».

30 Ibidem, p. 157: «Il mio canto si rinnova/E ricomincio la ricerca/Di un paese libero/Di una vita pulita/E di un tempo giusto».

31 Sophia de Mello B.A., «A casa térrea», «La casa terrena», cfr. infra, p. 197: «Che l’arte non diventi per te il compenso per quel che non sapesti essere/Che non sia trasferimento né rifugio/Non lasciare che la poesia ti rinvii o divida: ma che sia/La verità del tuo intero stare terrestre// Allora costruirai la tua casa sulla pianura costiera/A mezza distanza tra montagna e mare/Costruirai — come si dice — la casa terrena —/Costruirai a partire dalle fondamenta».

 



Ci rivolgiamo a lettori che vogliano imparare qualcosa di nuovo, che dunque vogliano pure pensare da sé (K. Marx). – Chi non spera quello che non sembra sperabile non potrà scoprirne la realtà, poiché lo avrà fatto diventare, con il suo non sperarlo, qualcosa che non può essere trovato e a cui non porta nessuna strada (Eraclito). – ... se uno ha veramente a cuore la sapienza, non la ricerchi in vani giri, come di chi volesse raccogliere le foglie cadute da una pianta e già disperse dal vento, sperando di rimetterle sul ramo. La sapienza è una pianta che rinasce solo dalla radice, una e molteplice. Chi vuol vederla frondeggiare alla luce discenda nel profondo, là dove opera il dio, segua il germoglio nel suo cammino verticale e avrà del retto desiderio il retto adempimento: dovunque egli sia non gli occorre altro viaggio (M. Guidacci).

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